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Fluxo cambial: o que é e como funciona
28 de fevereiro de 2024 | Equipe Braza Bank
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28 de fevereiro de 2024 | Equipe Braza Bank
A situação econômica de um país depende de diversos fatores como legislação, política, relação internacional e, entre eles, podemos destacar o fluxo cambial.
Da mesma forma que a inflação, o fluxo cambial consegue dar diversas informações e insights para investidores e empresas. Por exemplo, se está na hora ou não de investir em determinado setor da economia, produto e assim por diante.
Quer saber mais sobre a importância desse assunto para a economia do nosso país e, consequentemente, para o seu negócio? Então, continue com a leitura!
O fluxo cambial é como um tipo de livro caixa de uma empresa, sendo o resultado de tudo o que sai e o que entra no país em dólares. Ou seja, é o saldo da balança comercial para essa moeda.
Esse fluxo pode ser dividido em 2 tipos:
Assim, podemos falar em fluxo cambial positivo quando entrar mais dinheiro no país do que sair e em fluxo cambial negativo quando sair mais dinheiro do que entrar.
Ou seja, é muito parecido com o fluxo financeiro de qualquer orçamento como empresa ou mesmo como pessoa física.
Cada tipo de fluxo cambial — comercial e financeiro — tem o seu próprio cálculo. Assim, neste tópico, você vai ver como funciona cada um deles.
Aqui são consideradas todas as transações de importação e de exportação, ou seja, tudo o que é importado e exportado do Brasil tanto em produtos quanto em serviços. Assim, faz-se o balanço e calculam-se todas as entradas e saídas de dólares no país.
Aqui é calculado o saldo em dólares do mercado de capitais. Assim, por exemplo, se uma pessoa na Espanha compra ações de uma empresa brasileira, entram dólares no país. Já se alguém que está no Brasil compra ações de uma empresa no exterior, saem dólares do país.
Os responsáveis (Bacen) fazem um balanço dos dois tipos de fluxo cambial e conseguem oferecer o saldo para cada tipo e também o saldo total.
O Banco Central do Brasil, o Bacen, é o responsável pela divulgação do saldo em dólares do país. Esse órgão é quem analisa e faz os cálculos de quanto dessa moeda entrou e o quanto saiu dos cofres brasileiros.
É claro que as importações e importações não são apenas feitas em dólares. As compras e vendas podem ser feitas em outra moeda (o que é em menor escala) e, na hora de divulgar o saldo — o que ocorre toda semana — o Bacen converte todo o valor para dólares.
Ter um fluxo cambial positivo ou negativo impacta significativamente na economia, afinal de contas, quanto mais dólares entram, menos valor essa moeda tem no Brasil e o real fica valorizado. O contrário, quando ocorre, também faz o dólar ficar muito mais valorizado frente ao real.
Mas como isso acontece na prática? Vamos a um exemplo fácil para você entender.
Em 2023, o Brasil exportou mais do que importou produtos, ou seja, nessas transações, mais dólares entram no país (cerca de 340 bilhões) do que saíram (240 bilhões).
Combinando esse resultado com o fluxo cambial comercial de serviços e também com o fluxo cambial financeiro, o país fechou o ano com um fluxo comercial positivo de 11,431 bilhões de dólares.
Já em 2024, mais especificamente, até o dia 9 de fevereiro, o Brasil já estava com um fluxo cambial positivo em 5 milhões de dólares, de acordo com o resultado divulgado pelo Bacen.
Sendo assim, temos um cenário em que temos mais dólares entrando na conta do Bacen específica para essa moeda. Mas o fato de ter mais dólares entrando no Brasil do que saindo significa o quê?
Aqui temos que pensar no conceito de oferta e demanda: quando a oferta é maior que a demanda, os preços dos produtos tendem a baixar.
Da mesma forma, quando há muitos dólares disponíveis no país, ele perde o seu valor, ou seja, perde força de mercado. Enquanto isso, o real se torna mais valorizado e isso influencia diretamente em diversos setores e também no dia a dia do consumidor final.
O Brasil é um grande importador de adubos e fertilizantes e quem usa, repassa esse custo na venda da produção. Assim, digamos que essas substâncias foram usadas para a produção de trigo que, por sua vez, será usado na produção do pão.
Ao comprar essa mercadoria de outro país, o produtor precisa analisar qual a cotação do dólar: se há mais dólares no Brasil, então o dólar perde um pouco o valor frente ao real e a taxa de câmbio será menor.
Assim, ele gastará menos dinheiro para realizar a compra e essa economia será repassada ao produto final. Dessa forma, aquele pãozinho de todo dia, provavelmente, estará mais barato.
Resumindo, o fluxo cambial interfere diretamente na taxa de câmbio e na valorização ou desvalorização do real. Isso impacta os mais diversos setores da economia, mesmo empresas de serviços ou de produtos que não fazem comercialização direta comprando produtos de outros países.
Quem investe, quer colocar o dinheiro onde há chance de ter maiores rendimentos. Então, se um país apresenta uma constante de resultados com fluxo cambial positivo, o investidor vai entender que o dólar tende a perder força e ele pode procurar um outro país onde a moeda esteja com uma tendência em aumentar de valor.
Outro indicativo que a balança cambial positiva costuma oferecer é que as empresas que exportam produtos ou serviços tendem a perder valor, pois, com o dólar valendo menos, elas tendem a receber menos pelas mercadorias após a conversão da moeda.
Portanto, entender bem sobre o fluxo cambial e a sua importância na economia do nosso país, nos mais diversos aspectos, é de grande relevância para tomar decisões de compra e venda, ou seja, para cuidar melhor dos seus investimentos.
Quer saber mais sobre o mercado de câmbio? Então, confira quais são os 5 fatores para acompanhar!