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Quais países adotaram o dólar dos Estados Unidos como moeda?
17 de novembro de 2025 |

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A força do dólar norte-americano molda decisões econômicas em todo o mundo. Afinal, ela é a moeda corrente da principal economia do mundo e a mais usada em transações no comércio exterior.
No entanto, em alguns países, essa influência vai além do comércio e chega ao coração das finanças nacionais, com a adoção oficial da moeda dos Estados Unidos. No entanto, enquanto alas econômicas veem na medida um caminho para estabilidade, outras a consideram uma renúncia à soberania econômica.
Mas, afinal, por que um país abriria mão da própria moeda? Neste artigo, você entende o que significa dolarizar uma economia e quais nações têm o dólar como moeda.
Dolarizar uma economia é substituir a moeda nacional pelo dólar americano, de forma total ou parcial. Quando isso acontece, o país deixa de emitir a própria moeda e opera integralmente em dólar — salários, preços, contratos, tributos e todas as transações do dia a dia.
Normalmente, essa é uma decisão extrema. Ela é geralmente tomada quando a moeda local perde força, mudando completamente a forma como a política monetária é conduzida.
Isso se dá porque, ao adotar o dólar como moeda oficial, o país transfere toda a autoridade monetária para o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos.
Isso significa que juros, oferta de moeda e qualquer medida de política monetária deixam de ser definidos internamente. Se o Fed sobe ou corta juros, o impacto chega imediatamente à economia dolarizada, sem que o governo local possa reagir com os instrumentos tradicionais.
A dolarização total ocorre quando o dólar substitui completamente a moeda nacional. Toda a economia opera exclusivamente em dólar, como ocorre no Equador, em El Salvador e no Panamá.
Já na dolarização parcial, o dólar convive com a moeda local. Ele costuma ser usado em contratos de maior valor, transações financeiras e reservas bancárias — mesmo sem ser oficial. É o caso, por exemplo, da Argentina, onde o dólar faz parte da rotina econômica, embora o peso ainda exista.
Ao chegar até aqui, você já entendeu que existem diferentes motivos para um país abdicar da sua moeda local e optar, oficialmente, pelo uso do dólar norte-americano. Veja os países que adotaram essa medida para a economia, além dos Estados Unidos, é claro!
O Panamá é um dos casos mais antigos e emblemáticos de dolarização. Logo após sua independência da Colômbia, em 1903, o país firmou um acordo estratégico com os Estados Unidos para viabilizar a construção do Canal do Panamá.
Em 1904, o dólar foi adotado como moeda de curso legal, coexistindo com o balboa, criado apenas como símbolo nacional.
O modelo panamenho se consolidou ao longo de décadas porque o país não possui banco central tradicional. O sistema financeiro opera sem a possibilidade de imprimir moeda, o que força disciplina fiscal e evita episódios de inflação alta.
O Equador dolarizou em 2000, após atravessar uma das maiores crises econômicas de sua história recente. Durante os anos 1990, o país enfrentou inflação elevada, desvalorização contínua do sucre e um colapso bancário que levou milhares de equatorianos a perderem suas economias.
A adoção do dólar foi uma medida emergencial para interromper o ciclo de perda de confiança e evitar uma hiperinflação. A transição trouxe resultados rápidos, já que a inflação despencou e o sistema financeiro ganhou estabilidade.
Por outro lado, o Equador perdeu instrumentos de política monetária e ficou mais dependente da dinâmica fiscal — um desafio constante até hoje.
Em 2001, El Salvador substituiu o colón pelo dólar como parte de um plano para fortalecer a integração econômica com os Estados Unidos. A estratégia buscava reduzir custos cambiais, atrair investimento estrangeiro e oferecer mais estabilidade de preços.
A dolarização transformou a economia, mas também aumentou a dependência do país em relação ao Fed e limitou respostas internas a choques econômicos. Além disso, em 2021, El Salvador ganhou os holofotes ao se tornar o primeiro país do mundo a adotar o bitcoin como moeda de curso legal.
Depois de décadas de ocupação indonésia e forte instabilidade política, Timor-Leste entrou em um processo de reconstrução sob administração da Organização das Nações Unidas (ONU), no início dos anos 2000.
Sem instituições financeiras estabilizadas e com pouca capacidade para manter uma moeda própria, o país optou pelo dólar logo após o referendo de independência. O dólar ajudou a controlar a inflação, facilitou relações comerciais com países parceiros e reduziu a volatilidade.
A Federação dos Estados da Micronésia, formada por centenas de ilhas no Pacífico, adotou o dólar em 1986 ao assinar o Acordo de Livre Associação com os Estados Unidos.
O pacto garante apoio econômico, defesa militar e acesso a programas de desenvolvimento em troca de permitir a presença estratégica americana na região.
Com uma economia baseada em pesca, agricultura e apoio externo, o uso do dólar traz estabilidade e facilita o comércio internacional, além de fortalecer a relação com os EUA.
O Zimbábue viveu um dos casos mais graves de hiperinflação do mundo moderno, chegando a emitir notas de trilhões de dólares zimbabuanos. Em 2009, diante do colapso da moeda local, o governo autorizou o uso de diversas moedas estrangeiras — entre elas, o dólar americano — para restaurar um mínimo de estabilidade.
A economia passou a operar majoritariamente em dólar, embora o país tenha tentado reintroduzir sua moeda em diferentes momentos. Mesmo com mudanças frequentes, o dólar segue amplamente utilizado no comércio, nos salários e nas reservas financeiras.
Argentina: crises recorrentes e perda de confiança no peso fazem do dólar um meio de pagamento comum em aluguel, compra de imóveis, poupança e até parte do comércio;
Venezuela: com episódios de hiperinflação e forte desvalorização do bolívar, o dólar se tornou amplamente utilizado em transações diárias, mesmo sem adoção oficial;
Camboja: o dólar circula ao lado do riel e é aceito em praticamente todo o comércio urbano;
Nicarágua: muitos setores — como aluguel, comércio e serviços — fazem transações em dólar, especialmente em áreas turísticas;
Líbano: com a crise financeira de 2019 em diante, o dólar passou a dominar contratos, comércio e salários, mesmo com a libra libanesa ainda vigente.
No Brasil, embora a economia não seja dolarizada, a moeda dos EUA é uma importante reserva de valor para proteger o poder de compra da população. Se você quer exposição ao dólar sem complicação, conheça o Braza On.
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É substituir a moeda nacional pelo dólar americano, parcial ou totalmente. O país perde autonomia monetária, mas ganha estabilidade e previsibilidade.
Panamá, Equador, El Salvador, Timor-Leste, Micronésia e Zimbábue são os principais exemplos, cada um com contextos distintos, que vão de crises profundas a acordos estratégicos com os EUA.
Instabilidade, inflação alta e perda de confiança na moeda local são os fatores mais comuns. O dólar surge como uma âncora para recuperar credibilidade econômica.