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China em destaque: comércio do Brasil com gigante asiático deve bater superávit recorde em 2023; entenda o motivo
11 de setembro de 2023 | Equipe Braza Bank
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11 de setembro de 2023 | Equipe Braza Bank
O Brasil acumulou um superávit de US$ 33,1 bilhões na balança comercial com a China de janeiro a agosto de 2023. Se a tendência se mantiver, o país terá o maior saldo comercial com um único parceiro desde 1997.
O número é superior aos mais de US$ 28 bilhões registrados ao longo de todo o ano de 2022. O que chama a atenção no número é a concentração das exportações.
A venda de commodities como soja, petróleo, minério de ferro e carne bovina para a China responderam por 84% do total. Essa concentração em commodities pode reforçar a necessidade de diversificar a pauta exportadora brasileira.
De acordo com números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Comércio e Serviços (MDIC), as exportações brasileiras para a China cresceram 6% em 8 meses de 2023, atingindo US$ 67,8 bilhões.
A soja correspondeu por 44% desse total. Em segundo lugar na lista, vem o petróleo, com movimentação de US$ 12,1 bilhões, um aumento de 18,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
As vendas de minério de ferro, em terceiro lugar, somaram US$ 11,7 bilhões, com uma participação de 17%. As exportações de carne bovina, em quarto lugar, alcançaram US$ 3,6 bilhões, mas com uma redução de 33% em relação a 2022.
No geral, a China foi o principal destino das exportações brasileiras até agosto, com cerca de 30% do total. A participação é ainda maior que no ano passado, quando alcançou 26,8%.
Ao passo que as exportações brasileiras para a China são compostas principalmente por commodities, as importações são compostas quase que exclusivamente por manufaturados.
Os principais produtos importados do país asiático foram:
Nos 8 primeiros meses do ano, as importações brasileiras da China caíram 12,6% em comparação com 2022 e registraram US$ 34,7 bilhões. Contudo, o gigante asiático ainda tem participação de mais de 20% no total das compras do exterior.
De janeiro a agosto de 2023, o comércio entre o Brasil e a China somou US$ 102,6 bilhões, um aumento de 34% em relação ao ano passado. Esse valor é o maior já registrado entre o Brasil e um único parceiro comercial.
Além da participação significativa na balança comercial brasileira, os negócios com a China podem alcançar um novo patamar. Isso acontece porque o Porto de Guangzhou, um dos 5 maiores do país, abriu uma rota direta com o Brasil.
Na última semana, um navio com 592 contêineres, incluindo veículos, máquinas e equipamentos elétricos, partiu de Guangzhou, na China, para o Porto de Santos, no Brasil.
A nova rota direta reduziu o tempo de transporte em pelo menos cinco dias e deve reduzir os custos logísticos para empresas de importação e exportação.
Inicialmente, oito navios multiusos operarão na rota a cada duas semanas. Eles serão equipados com tomadas para contêineres refrigerados, permitindo o transporte seguro de produtos perecíveis da América do Sul para a China.
Apesar dos números e das novas oportunidades, a China lida com desafios econômicos em 2023. O comércio da China com o mundo caiu 0,1% em termos de yuans nos primeiros oito meses do ano.
Em agosto, o comércio exterior da China caiu 2,5% em relação ao ano anterior. As exportações encolheram 3,2%, enquanto as importações caíram 1,6%.
A Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) continuou sendo o principal parceiro da China, com um aumento de 1,6% no comércio. O comércio com a União Europeia e os Estados Unidos caiu 1,5% e 8,7%, respectivamente.