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Câmbio onchain: como a blockchain está transformando as operações internacionais
20 de agosto de 2025 |

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20 de agosto de 2025 |
Nos bastidores do sistema financeiro global, um novo modelo de câmbio começa a ganhar força — rápido, transparente e com menos intermediários. É o câmbio onchain, uma inovação que traz para o universo das transferências internacionais as vantagens da tecnologia blockchain.
Mais do que um jargão técnico, essa abordagem representa uma mudança de paradigma na forma como pessoas e empresas convertem moedas e movimentam valores entre países.
Inclusive, a nossa recente parceria entre com Conduit, anunciada durante a Febraban Tech 2025, marca um passo importante rumo à tokenização do real e à liquidação instantânea de remessas internacionais. Mas o que exatamente isso significa — e como impacta empresas e usuários?
Acompanhe a leitura para entender!
O câmbio onchain é a conversão de moedas fiduciárias (como o real, o dólar e o euro) realizada diretamente na blockchain, sem depender dos intermediários tradicionais. Vale destacar que o termo “onchain” refere-se a qualquer processo que ocorra dentro da rede blockchain, com registros públicos, verificáveis e imutáveis.
No caso do câmbio, isso significa que a troca de moedas é feita utilizando stablecoins lastreadas, registradas e liquidadas na blockchain em tempo real.
Essa abordagem contrasta com o câmbio tradicional, que costuma envolver vários agentes (como bancos, corretoras e correspondentes cambiais), prazos de até 72 horas e custos adicionais. No modelo onchain, a liquidação ocorre em minutos, com mais previsibilidade e menos atrito operacional.
Para entender como essas operações funcionam, vamos tomar como exemplo a integração entre a Conduit e o Braza. Quando um cliente da plataforma deseja fazer um pagamento internacional em dólares ou euros, ele inicia a transação com reais.
Esses valores são então convertidos na stablecoin BBRL, lastreada no real e emitida pelo próprio Braza. Na sequência, a BBRL é trocada onchain por uma stablecoin correspondente à moeda de destino (como USDC ou EURC), concluindo a operação em menos de dois minutos.
Esse fluxo simplifica a cadeia tradicional de remessas internacionais. Além disso, ele permite que empresas brasileiras acessem diretamente moedas estrangeiras por meio de um processo transparente, auditável e compatível com normas de compliance como AML (anti-lavagem de dinheiro) e sanções internacionais.
A adoção do câmbio onchain traz uma série de benefícios para o ecossistema financeiro e seus usuários. Entre as principais, é possível destacar:
Contudo, apesar das vantagens, o câmbio onchain ainda enfrenta certos obstáculos. Um dos principais é a infraestrutura tecnológica necessária para integrar sistemas financeiros tradicionais com redes blockchain.
Além disso, questões regulatórias — como licenciamento e supervisão de emissores de stablecoins — ainda estão em evolução no Brasil e em outros países. Há também desafios relacionados à escalabilidade.
Isso acontece porque blockchains públicas como Ethereum ou Bitcoin podem ter custos altos e congestionamentos em momentos de alta demanda. Algumas soluções optam por redes mais rápidas ou blockchains customizadas para superar esse gargalo.
A principal mudança para empresas é o acesso mais eficiente e transparente a moedas estrangeiras para pagamentos internacionais, seja para fornecedores, remessas ou operações de exportação.
Já para usuários finais, especialmente expatriados, freelancers e nômades digitais, o modelo onchain abre caminho para remessas mais rápidas, baratas e rastreáveis.
Além disso, a integração com o Pix, como previsto na parceria entre Conduit e Braza, pode eliminar uma das principais barreiras de entrada: a fricção no acesso aos sistemas locais de pagamento.
Nesse sentido, no médio e longo prazo, o avanço do câmbio onchain pode reduzir o domínio de bancos tradicionais nas remessas internacionais e descentralizar o acesso a serviços financeiros globais. Isso tende a pressionar os custos das operações tradicionais e estimular a modernização de processos.
Para fintechs, bancos digitais e instituições de pagamento, o modelo representa uma oportunidade de inovar em produtos e serviços internacionais. Já para os reguladores, o desafio será garantir a segurança e integridade das operações sem sufocar a inovação.
Com um ecossistema financeiro digitalmente avançado, infraestrutura de pagamentos robusta, como o Pix, e demanda crescente por soluções internacionais, o Brasil tem potencial para se tornar uma referência global em câmbio onchain.
A movimentação do Grupo Braza — que sozinho movimentou US$ 67 bilhões em 2024 — é um sinal claro de que grandes instituições estão atentas às mudanças. A parceria com a Conduit e a criação da BBRL podem ser apenas o começo de uma nova era para o câmbio nacional.
Entre em contato com nossos especialistas para saber mais sobre nossas soluções!
Onchain se refere a qualquer operação registrada diretamente na blockchain, de forma pública, imutável e transparente.
O câmbio tradicional envolve bancos e sistemas centralizados, com prazos e custos elevados. O câmbio onchain usa blockchain e stablecoins, reduzindo intermediários e acelerando o processo.
Sim. A blockchain oferece criptografia, descentralização e registros auditáveis. Além disso, operações como a da BBRL seguem normas de compliance.
Sim. A integração entre plataformas como a Conduit e o Pix torna possível iniciar operações com reais via Pix e concluir a conversão em moedas estrangeiras via blockchain.
Não necessariamente. Algumas plataformas fazem a ponte entre o mundo cripto e o sistema bancário, oferecendo uma experiência similar à de aplicativos financeiros tradicionais.