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Acordos do Mercosul com Índia e Emirados Árabes Unidos estão no foco do Brasil e MDIC lança consultas públicas
19 de outubro de 2023 | Equipe Braza Bank
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19 de outubro de 2023 | Equipe Braza Bank
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgou duas consultas públicas sobre acordos do Mercosul. O objetivo é obter contribuições do setor produtivo sobre o cenário.
Os temas em questão são:
Tanto a Índia quanto os Emirados Árabes Unidos manifestaram seu interesse em fortalecer a parceria comercial com o Mercosul durante reuniões recentes com representantes do MDIC.
“Estamos buscando a diversificação de parcerias comerciais, trabalhando em frentes que permitam a nossos produtos acesso a novos e promissores mercados”, disse Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do MDIC.
Na percepção do Ministério, existe potencial para aumentar os investimentos e expandir a variedade de transações comerciais com ambas as nações.
No entanto, o governo brasileiro busca identificar os interesses e preocupações do setor privado do Brasil antes de avançar com diálogos. As percepções da sociedade civil, do meio acadêmico e de outras partes interessadas nesse processo também serão ouvidas.
Os Emirados Árabes Unidos expressaram seu interesse em um amplo acordo comercial durante uma reunião com os membros do Mercosul em agosto.
Além disso, o tema já havia sido discutido durante a visita do ministro do Comércio dos Emirados Árabes, Thani Ahmed Al Zeyoudi, ao MDIC no primeiro semestre deste ano.
Os Emirados Árabes Unidos são considerados um ponto de entrada para o mercado dos países do Golfo.
O MDIC entende que há potencial para impulsionar investimentos e diversificar o comércio bilateral. Entretanto, o Ministério reconhece as preocupações de certos setores, como o de produtos químicos, em relação a um possível acordo.
Em 2022, o comércio entre o Brasil e os Emirados Árabes Unidos atingiu US$ 5,7 bilhões, — um aumento de 75% em relação a 2021. As exportações brasileiras alcançaram US$ 3,2 bilhões no ano, enquanto as importações foram US$ 2,5 bilhões.
Os principais produtos exportados foram:
Já a importação é majoritariamente composta por óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos, conforme dados do Comexstat, do MDIC.
O acordo estabelecido entre o Mercosul e a Índia foi assinado em 2004, mas seu potencial é visto como limitado — dado que a Índia já é dona da maior população do mundo e conta com uma economia crescente.
Em 2022, o volume de transações comerciais entre o bloco econômico e o país asiático totalizou apenas US$ 23,2 bilhões. O número corresponde a 2,7% do comércio total do Mercosul com o resto do mundo.
Nese sentido, a Índia pode oferecer janelas de oportunidade para diversos setores da indústria e do agronegócio do Brasil. Este mercado consumidor também pode representar uma fonte potencial de investimentos significativos para o Mercosul.
Os números que envolvem o comércio entre o Brasil e a Índia também indicam que há espaço para expansão. A corrente de comércio atingiu US$ 15,2 bilhões no ano passado.
Apesar de se tratar de um recorde, as exportações para a Índia representaram apenas 2% do total das exportações brasileiras. Já as importações originárias da Índia constituíram apenas 3,3% do total das importações brasileiras.
“Não faz sentido que seja tão incipiente. E menos ainda que 80% das nossas exportações estejam concentradas em três produtos (óleo de soja, petróleo e outro)”, disse Tatiana.
Ela sustenta que existe um potencial significativo para, pelo menos, dobrar o volume de comércio bilateral de mercadorias até 2030. A projeção é que o fluxo ainda possa alcançar US$ 50 bilhões em um futuro próximo.
O Brasil também identifica oportunidade de eliminar barreiras comerciais. Por exemplo, as exportações de carne de frango enfrentam tarifas de 100% no mercado indiano. No caso do milho, a tarifa média é de 50%. Café solúvel e cafés especiais se deparam com tarifas de 53%.
Confira as consultas públicas do MDIC: Mercosul - Índia e Mercosul - EAU